Chuvas: filme se repete em SG e o final nunca é feliz
- Jornal Daki
- 11 de abr. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de ago. de 2020
Mais de 400 pessoas estão desalojadas ou desabrigadas na cidade, e os bairros mais afetados estão na Grande Salgueiro

É um filme repetido, mas que toda vez que é exibido causa as mesmas emoções: medo, revolta, angústia e desamparo. A chuva forte que caiu entre o final da segunda (8) e durante toda a terça (9) proporcionou o mesmíssimo cenário de destruição em diversos bairros de São Gonçalo. Os mais atingidos deles, e não por acaso, ficam na região do Grande Salgueiro, que inclui, além do bairro homônimo, Itaúna, Palmeiras, Porto do Rosa, Trindade e Jardim Catarina.
Naquela região foi construída pela Petrobras uma estrada para atender as demandas logísticas do Comperj, e que diversos especialistas afirmam ser ela responsável pelo ‘represamento’ das águas da chuva que não escoam para a Baía de Guanabara. As enchentes sempre ocorreram devido ao ecossistema de mangues e foz de rios, e também, claro, pela ocupação irregular. Mas a incidência de alagamentos se intensificou após a construção da estrada, o que piorou sobremaneira a situação das famílias que quase todos os anos perdem tudo que possuem dentro de suas casas, quando a própria casa - ou parte dela - não vem abaixo.

Fábio Xavier, liderança comunitária do Bairro das Palmeiras é um dos que todos anos vê o mesmo filme e não se conforma:
- Todo ano nesse período de chuvas essa cena se repete. Ficamos ilhados e perdemos tudo dentro de nossas casas, sem ter como andar ou trafegar pelas ruas onde moramos. Isso é um absurdo - disse Xavier, que foi personagem de uma matéria sobre os problemas de sua comunidade do Jornal Daki no ano passado.
A prefeitura, em nota, afirma que existe uma força-tarefa que reúne profissionais de diversas secretarias e Defesa Civil atuando na cidade, além da Cruz Vermelha que coordena os trabalhos de resgate, recebimento e distribuição de mantimentos para os desalojados e desabrigados. São mais de 400 pessoas nessa situação no município, a maioria na região do Grande Salgueiro.
- Precisamos de colchonetes e cobertores, principalmente. Mas toda ajuda é bem-vinda - disse o presidente da Cruz Vermelha, Márcio Araújo. Doações pelo tel.: 97035-5992.