Kris Oliver: quando o sofrimento se transforma em empatia e solidariedade
Kris Oliver (à esquerda) recebe premiação Mérito 2018 na Câmara de Vereadores de Niterói/Foto: Divulgação
Hoje quem bateu um papo com a gente foi a ativista social, radialista e empresária Kris Oliver, 44 anos, que se voltou às ações sociais depois de ter passado um perrengue com o filho que necessitou dos serviços de saúde e os teve negados.
Oliver não desistiu, foi à luta e, além do diagnóstico cruel (leucemia) venceu a doença do filho através da melhor arma que tinha: a maternidade. Engravidou de sua filha caçula porém não foi necessário o transplante que salvaria o primogênito, mas não sem antes passar por mais um drama, tornando-se viúva três dias antes do nascimento da filha. Hoje os dois são músicos: ele, Guilherme Kabed, 24, professor de música, e ela, Carla Cristina, 11 anos, cantora.
Que história!
Após essa dura experiência, Kris Oliver transformou a sua luta em luta de todas as mulheres que encaram o mesmo problema de abandono e descaso do poder público. Tem atividades em dois bairros da cidade: jardim Catarina e Porto Velho, e ainda tem tempo para apresentar o seu programa na Rádio Feliz Cidade FM, disponível online no aplicativo na Play Store e através do site www.radiofelizcidadefm.com. O programa é toda terça, das 16 às 18 horas.
Em reconhecimento ao seu trabalho, Kris Oliver recebeu recentemente o Prêmio Mérito 2018, do Instituto Nacional Beneficente de Educação, Saúde e Tecnologia (INBEST). A premiação ocorreu na Câmara de Vereadores de Niterói, e a honraria foi entregue pelas mãos da também ativista Rosemary Fructuoso por indicação do vereador Carlos Otávio Dias Vaz, o Casota.
Vamos lá?
Como é o trabalho social desenvolvido por você em São Gonçalo?
Iniciei a caminhada há mais ou menos 12 anos, quando senti na pele a necessidade de ser atendida com o meu filho e encontrei várias barreiras. Descobrimos que ele tinha um quadro de artrite reumatóide juvenil, espondilite anquilosante, uveíte idiopática e Lordose.
Finalmente chegamos ao diagnóstico junto ao Antônio Pedro (Hospital Universitário da UFF) de leucemia. Caminhada dura e árdua. Engravidei para fazer um transplante que no fim não foi mais necessário, e fiquei viúva 3 dias antes de minha filha Carla Cristina nascer. E hoje graças a Deus os dois seguem com saúde e trabalhando comigo.
A partir da minha experiência eu resolvi iniciar um trabalho para ajudar as mães assim como eu que não obtiveram êxito em acolhimentos na cidade. Daí iniciamos com o artesanato para gerar renda extra e migrar para as outras cidades em busca de tratamento médico. E veio dando certo e portas e convites começaram a surgir. Dava aula em igrejas em baixo de árvores, onde e qualquer lugar que tivesse espaço para ajudar de alguma forma o próximo.
Hoje estou vice-presidente da ONG Nova Visão Projeto Amar, situada no bairro do Jardim Catarina Novo e os trabalhos seguem pela cidade. Sou madrinha benemérita do Centro de Pró Melhoramento no bairro do Porto Velho, onde também vem crescendo essa corrente do bem na mesma linha de raciocínio, através de cursos e palestras.
O município é um oceano de problemas,mas qual em particular você considera o mais urgente de se resolver?
É difícil escolher apenas um. De todos os problemas que sabemos que estamos enfrentando os maiores deles tem sido a saúde, a educação e a segurança. Sem educação a gente não consegue avançar, sem saúde a gente não tem como caminhar e o medo, realmente está nos aprisionando. Alguma coisa precisa ser feita, para ontem pois até mesmo trabalhar como de costume fazemos em comunidades está ficando difícil e perigoso, então o nosso medo constante acaba nos deixando receosos.
Quais assuntos são abordados no seu programa na rádio feliz cidade?
O Programa da Kris é de entrevistas que aborada cultura, educação, problemas e gritos da cidade, bairros e localidades que hoje pedem socorro e não têm voz. E o mais importante nisso tudo é valorizar as pratas da casa: Artistas, músicos... enfim: entrevista, entretenimento, um programa cultural.
