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Foto do escritorJornal Daki

São Gonçalo promove seminário sobre Feminicídio no Sesc


O tema central da atividade foi "A cultura da violência contra a mulher e o feminicídio no Brasil


A Subsecretaria de Políticas para Mulheres realizou nesta quinta-feira (21) o Seminário sobre Feminicídio. Com mais de 400 inscritos, o evento aconteceu no Sesc SG, e contou com a presença de autoridades políticas, movimentos sociais e lideranças da cidade.

- Esse é um tema que precisa ser discutido, por isso um encontro como esse é tão importante. A violência contra a mulher faz mal a toda a sociedade, por isso essa conversa precisa ser com todos e todas. Tenho certeza que cada um aqui hoje será um multiplicador da defesa da vida e da dignidade das mulheres - afirmou a subsecretária de Políticas para Mulheres, Andrea Machado, pasta que recebeu em 2018 o Selo Mais Mulher, idealizado pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos.

O tema central da atividade foi "A cultura da violência contra a mulher e o feminicídio no Brasil", através das falas da juíza Adriana Mello, a defensora pública que atua na defesa dos direitos da mulher, Flavia Nascimento, e a delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam-SG), Débora Rodrigues.

- A cultura da violência contra a mulher existe. Nós ainda não rompemos esse paradigma de descolonização. Ainda vivemos como uma colônia, onde o turismo sexual, a violência e as violações são naturalizadas. Os últimos mapas e pesquisas mostram, sobretudo, que o índice de morte de mulheres negras cresceu mais do que o de mulheres brancas. O Brasil é um país extremamente racista, e nós ainda vivemos como num período colonial. É urgente questionar a permanência de mortes evitáveis! - enfatizou a juiza, Adriana Mello.

Para a defensora pública, pensar políticas que garantam a prevenção e o acesso à informação são fundamentais.

- A vulnerabilidade das mulheres em situação de violência é muito grande. Temos que pensar a prevenção e fortalecer as mulheres facilitando o acesso aos seus direitos e como acessá-los. Existem muitas que não conseguem perceber que estão inseridas em uma situação de violência - afirmou.

Em São Gonçalo, através da Secretaria de Políticas públicas para a Mulher, Idoso e Pessoa com Deficiência, a rede de proteção e prevenção conta com os Centros Especial de Orientação à Mulher (Ceom). Formados por equipes multidisciplinares, os Centros (Zuzu Angel e Patrícia Acioli) possuem psicólogas, assistentes sociais, advogado e guarda municipal, que formam uma rede de apoio e acolhimento às mulheres que chegam ao local, e estão em constante articulação com as redes de proteção como o Movimento de Mulheres, Defensoria Pública, Ministério Público e delegacias especializadas. Os Centros já atenderam mais de 70 mil mulheres em São Gonçalo, e são pioneiros como política de acolhimento a mulher no Estado do Rio.

Apesar do esforço direcionado ao fim da violência, a delegada Débora afirma que ainda é preciso conscientizar a sociedade como um todo.

- Até março deste ano tivemos mais de 800 casos registrados de tentativa de feminicídio em São Gonçalo. O que a gente vive é uma naturalização da violência contra a mulher. Somos o quinto país no mundo com os maiores índices de feminicídio. A nossa realidade é que de fato há um menosprezo pela vida das mulheres, e a sociedade como um todo precisa lutar para que isso acabe - destacou.

Para a secretária de Políticas Públicas para Idoso, Mulher e Pessoa com Deficiência e Desenvolvimento Social, Marta Maria Figueiredo, mais que discutir um tema, o encontro propõe ações concretas no enfrentamento à violência e à violação de direitos.

- Estarmos realizando esse seminário se alinha com uma intenção de cada vez mais fortalecermos essa rede de proteção para todas as mulheres dentro do município. Tivemos mais de 400 inscrições, e o objetivo fica claro que a multiplicação desse conhecimento será fundamental no combate à violência. No Brasil temos um alto índice de subnotificações. E quando as mulheres chegam a aparecer na estatística como vítimas por morte é porque a violência já chegou em um nível em que ela não teve forças para denunciar antes que isso acontecesse. O medo e a opressão as impedem de romper com esse ciclo. Por isso, acredito que daqui sairão multiplicadores que entenderão a importância de reconhecer os sinais da violência e denunciar - ressaltou

Por dia, a Delegacia da Mulher em São Gonçalo contabiliza cerca de 10 registros de ocorrência de violência contra a mulher. No Estado do Rio, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), apenas em janeiro, 30 tentativas e cinco feminicídios foram contabilizados. O número crescente da violência evidencia cada vez mais a importância de políticas públicas que assegurem a vida das mulheres com dignidade.

Caminhada

Encerrando as atividades do mês de comemoração e luta pelas mulheres, acontece no próximo sábado (23) a 7ª Caminhada São Gonçalo de mãos dadas pelo fim da violência contra a mulher. A concentração será realizada às 8h30, em frente ao INSS-SG, na Rua Coronel Moreira César, Centro, e seguirá até a Praça Doutor Luiz Palmier (Praça da Marisa), no Rôdo.

Na chegada à Praça Luiz Palmier, os participantes da caminhada encontrarão uma ação social que acontecerá no local, com atividades de lazer, atendimentos multidisciplinares, testes ISTs, aferição de pressão, entre outros. A ação tem apoio das secretarias de Saúde, de Esporte e Lazer, Cultura e Turismo, Segurança Pública, Desenvolvimento Social, Guarda Municipal e Cruz Vermelha.

Percurso

- 8h30: concentração

- 9h: ginástica e alongamento

- 9h30: saída para caminhada

- 10h: chegada na Praça Doutor Luiz Palmier

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