Leste fluminense fecha 8 a cada 10 postos de trabalho no RJ
E empresários estão pessimistas quanto a contratação nos próximos seis meses
A cada 10 vagas extintas no estado do Rio de Janeiro no primeiro semestre de 2018, oito postos foram fechados no Leste Fluminense, refletindo a queda da produção industrial da região. Enquanto todo o estado do Rio eliminou 7.002 vagas, somente os 16 municípios que integram o Leste Fluminense fecharam 5.286 nos primeiros seis meses do ano. Os dados fazem parte do estudo Retratos Regionais – Cenário Econômico 2º trimestre, divulgados ontem pela Firjan.
Do total de cargos encerrados, Niterói responde por quase metade, com 2.501 vagas fechadas. Destas, 1572 relativas à construção civil. Já São Gonçalo fechou 1.615 postos de trabalho, com destaque para o setor de alimentos, que encerrou 402 vagas. Na contramão estão Itaboraí e Maricá, que registraram saldo positivo de empregos no primeiro semestre. A primeira criou 295 vagas, principalmente na indústria. A segunda gerou 280 novos empregos, a maioria no sistema de transporte.
A elevada carga tributária, a falta de capital de giro e a falta ou o alto custo da matéria-prima, fato decorrente da greve dos caminhoneiros, foram alguns dos entraves apontados pelos industriais da região. O levantamento também divulgou dados sobre Segurança Pública na região.
De acordo com o estudo, houve um aumento de 57% no número de roubo de cargas na região no primeiro semestre de 2017 para 2018. Somente no município de São Gonçalo esse percentual é de 66% a mais. Também cresceu o número de mortes violentas no Leste Fluminense, aumento de 24%, passando de 296 ocorrências para 368, de um ano para outro.
Expectativas e Investimentos
Assim, como no primeiro trimestre, os industriais do Leste Fluminense seguiram otimistas em relação a demanda por produtos (50,8 pontos) e compra de produtos (49,1 pontos) para os próximos seis meses. A expectativa é positiva principalmente em relação ao setor externo (58,3 pontos). Além da conjuntura internacional mais favorável que a nacional, a elevada cotação do dólar frente ao real também é um fator que beneficia as vendas externas.
Entretanto, continuam pessimistas quanto a contratações (45 pontos) e investimentos (31,7 pontos) diante da fraca atividade econômica da região. A média é 50 pontos (valores acima indicam aumento ou otimismo e valores abaixo indicam pessimismo).
Um fator positivo para a região é distribuição de royalties da exploração de petróleo, que teve um acréscimo de 40%, passando de 700 milhões de reais para 1 bilhão de reais de 2016 para 2017. Ou seja, as perspectivas são positivas neste segmento para este ano.
Além disso, foi anunciada a retomada das obras da Unidade de Processamento de Gás Natural do Comperj, com o valor estimado em R$ 1,9 bilhão. A revitalização da Alameda São Boaventura, com valor estimado de R$ 309,9 milhões, também é outro investimento anunciado na região, assim como mais R$ 501,3 milhões em obras em vários municípios do Leste Fluminense.
De A Tribuna.