Contra a maré, estudantes criam movimento que luta pelos direitos da juventude em SG
Entre as bandeiras, estão a melhoria na cultura, educação e emprego
"A consciência política da juventude está pobre", lamenta um estudante
Um grupo de estudantes gonçalenses saiu da pasmaceira geral que cerca a juventude quando o assunto é política e criou, no último dia 10 de julho, o Movimento da Juventude Gonçalense (MJG), "uma entidade suprapartidária que visa lutar por melhor educação, saúde, empregos, esportes, acesso à cultura e segurança para os jovens da cidade" segundo informa o diário A Tribuna, onde os amigos estiveram na semana passada divulgando a iniciativa.
Um dos fundadores do MJG é o blogueiro Claudionei Abreu, 16 anos, que mantém e edita um dos blogs mais influentes de São Gonçalo, o A Política RJ. Em 2015, com apenas 13 anos, Abreu concedeu entrevista ao Daki onde já expressava seu interesse pela política, deixando claro que queria fazer carreira na área.
A criação do Movimento demonstra que o que disse não era apenas um desejo juvenil, mas uma vontade que agora se concretiza. E já arregaça as mangas, tratando de um assunto de grande demanda da população:
- Estamos reivindicando junto à prefeitura a reabertura do Teatro Municipal, que foi concluído no final de 2016, mas nunca inaugurado. Pedimos ainda a ocupação de espaços públicos com atividades voltadas aos jovens - contou Claudinei, que cursa o 2º ano do Ensino Médio no Ciep 309 Zuzu Angel, no bairro do Arsenal.
Os jovens aprendem cedo que a política é um ato de devoção que exige muito trabalho, paciência, sangue frio e respeito à diversidade, e que nem sempre as coisas saem como esperado:
- A conversa com o governo municipal é complicada. Tentamos algumas vezes marcar com o prefeito José Luiz Nanci, mas na hora da audiência ele não está ou encontra-se em alguma reunião. De políticos geralmente ouvimos promessas e tentativas de cooptação, além de quererem algo em troca. Não queremos isso - relata Evandro Ramos, de 18 anos, que sonha em estudar nos Estados Unidos em 2019.
O Movimento espera poder contribuir para que a juventude faça boas escolhas nas eleições deste ano:
- Estamos orientando os jovens a pesquisar a trajetória dos candidatos e o que eles já fizeram pela juventude. Estamos tentando convencer o pessoal a votar, mas a maioria está desacreditada da política e não tem interesse. A consciência política da juventude está pobre”, finaliza Evandro.
Na agenda de lutas dos estudantes estão a criação e ampliação de bibliotecas públicas e a formação de grêmios estudantis nas escolas da cidade para que outros jovens possam exercer a cidadania através da política.