Revelações da JBS colocam Moro em maus lençois
- Jornal Daki
- 18 de mai. de 2017
- 2 min de leitura

Os brasileiros tomaram conhecimento ontem (17), sem margem possível de erro ou dúvida, que são governados por um mafioso e que têm como senador da república um gangster.
Michel Temer e Aecio Neves foram delatados pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da maior processadora de proteína animal do mundo, a JBS/Friboi, que sob orientação da Polícia Federal, gravaram em áudio e vídeo o acerto de propina para os dois políticos.
Além de exigir o pagamento de 500 mil reais se-ma-nais! durante 20 anos! (algo em torno de 480 milhões), Temer pediu a Joesley uma mesada de 500 mil destinada ao preso Eduardo Cunha pelo seu silêncio.
Aecio, também em conversa gravada, pede 2 milhões para serem supostamente usados em sua defesa na operação Lava Jato. O dinheiro foi pago dentro de mochilas rastreadas pela PF, que descobriu que o dinheiro na verdade foi depositado na conta da empresa do também senador mineiro Zezé Perrela, dono do famoso e abafado helicóptero do pó.
Aecio sugeriu ao seu interlocutor, que quem fosse pegar o dinheiro seria alguém que pudesse matar se fosse pego e ousasse delatá-los.
Se se aprofunda demais nesse caso não entramos no cerne da questão que é o seguinte: Temer e Aecio estão encrencados, e deixa um terceiro personagem em maus lençois: o juiz paranaense Sergio Moro.
Moro, o juiz-celebridade do 'prende e arrebenta', ficará responsável pelo inquérito-processo dos futuros réus Temer e Aecio quando estes perderem o foro privilegiado, e pelo motivo inverso com que julga Lula, não terá isenção em conduzir o processo contra os dois larápios.
Comecemos por Temer: sem motivo aparente, Moro vetou 21 das 41 perguntas de Eduardo Cunha a Temer, arrolado como testemunha de defesa do ex-deputado. Dentre as perguntas vetadas, as relações do ainda presidente com a JBS. Moro justificou o veto como forma de evitar 'constrangimentos' a Temer.
A foto de Moro com cumprimentos efusivos a Michel Temer num evento do Exército em abril se tornou um clássico instantâneo.

O juiz, num evento da editora Três no final do ano passado, foi flagrado num convescote pra lá de íntimo com Aecio Neves, o campeão das citações dos delatores da Lava Jato. Indagado - no exterior, porque a imprensa daqui é pérfida - sobre a foto, disse não ver problema já que Aecio era réu do STF, não de sua Vara medieval.
Os irmãos Batista, que afirmam estarem sendo ameaçados de morte, preferiram ir direto ao STF e à PGR em Brasília e negociar o seu acordo de delação nas investigações realizadas em suas empresas no âmbito da Lava Jato. Não quiseram Moro. talvez tivessem bons motivos pra isso.
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