Prestes a completar 100 dias, governo Nanci começa agora
O governo chefiado pelo prefeito José Luiz Nanci completa 100 dias essa semana, e tem todo o direito de celebrar algumas vitórias, mas também a obrigação de refletir sobre o que não deu certo e tocar o barco.
Nanci pegou o município em cacarecos, com uma dívida recorde de 600 milhões de reais, ruas imundas e com salários dos servidores atrasados. Baita desafio.
Desafio posto, o governo tratou de organizar e executar ações emergenciais de limpeza na cidade e negociar o passivo herdado com os servidores que, hoje, estão com os salários em dia, após decisão traumática - mas necessária - de parcelar o salário de dezembro.
Como camarão que dorme a onda leva, Nanci orientou seus secretários e a Procuradoria a se aproximarem do Ministério Público e submeter ao órgão todos os contratos em aberto assinados na gestão passada.
Reavaliados e redimensionados os contratos, o governo conseguiu abater em média 30% dos valores devidos pela prefeitura às empresas. Outros contratos, como o caso da empresa de iluminação Compilar, foram cancelados com indícios claros de superfaturamento.
Essas ações sinalizam uma quebra de paradigma ou, se quiser, a interrupção dos esquemas criminosos existentes na prefeitura desde tempos imemoriais.
A proatividade dos secretários Marlos Costa (Desenvolvimento Social) e Diego São Paio (Educação) também é um ponto a favor nesses 100 dias. Os dois fizeram uma devassa em suas pastas e 'repatriaram' recursos federais não utilizados por pura e simples incompetência dos governos passados.
Mas politicamente o governo patinou, e essa instabilidade paralisou ações importantes que, se não executadas imediatamente, pelo menos os projetos poderiam estar adiantados, como é o caso das intervenções mais que necessárias na mobilidade urbana.
Com algum atraso, Nanci agiu, promoveu uma minirreforma administrativa que agradou aos aliados que reclamavam de espaço no governo. Resolvida a pepinosa política, agora a coisa vai, justamente na área de obras, que dá mais visibilidade ao governo, que tem R$ 170 milhões para investir nos próximos quatro anos.
Nos primeiros 100 dias, o governo gastou todas as suas energias resolvendo um problema financeiro que não criou e o político, por inabilidade na composição inicial do secretariado. Nesse caso, as arestas foram aparadas, e agora existe uma avenida aberta para a implementação das ações que a cidade precisa.
O governo Nanci, efetivamente, começa agora.
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