Servidores de SG farão paralisação contra atrasos de salários
A paciência dos servidores públicos de São Gonçalo com o prefeito Neilton Mulim chegou ao fim. O sindicato local dos trabalhadores (Sindspef-SG) organiza uma paralisação de 24 horas nesta sexta-feira (11) contra os atrasos recorrentes do pagamento dos salários da categoria desde maio deste ano, e que se intensificou em setembro.
A prefeitura alega que teve que remanejar o calendário da folha dos servidores devido à crise econômica que diminuiu a arrecadação. No início de outubro Mulim anunciou o corte de 2 mil cargos comissionados com o objetivo de equilibrar a folha de pagamento do funcionalismo.
Para a presidente do Sindspef, Rosangela Coelho, a situação chegou a esse ponto porque o prefeito foi negligente com a coisa pública e por ter mantido um número excessivo de cargos comissionados no governo:
- Nós desde 2011 vínhamos alertando o governo sobre o problema dos cargos comissionados na prefeitura. Chegamos a provocar o Ministério Público que elaborou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para diminuição desses cargos que é uma das razões dos servidores serem tão desvalorizados em São Gonçalo. Agora a coisa piorou com os atrasos nos salários. Se cortar os cargos políticos, vai sobrar dinheiro para pagar os servidores - disse Rosangela.
O Sindspef ajuizou ação na Justiça contra a prefeitura nesta segunda (07) para que o Executivo elabore e respeite um calendário de pagamentos de salário aos 7.200 servidores efetivos do município e aos 3.100 aposentados e pensionistas.
CÂMARA TAMBÉM RECLAMA
A crise no Executivo chegou aos servidores de outro poder, o Legislativo. O presidente da Câmara de Vereadores, Diney Marins, também entrou na Justiça exigindo da Prefeitura o repasse constitucional de recursos ao Parlamento. Segundo o vereador, desde setembro, a prefeitura diminuiu em R$ 400 mil os repasses para a Câmara. A redução da verba — um total que já chega a R$ 1,2 milhão — pode impedir o pagamento da segunda parcela do 13º salário de cerca de 400 servidores da Câmara.
- A gente está conversando com a prefeitura há meses, mas como as nossas reivindicações não foram atendidas, fomos obrigados a cobrar do prefeito que a lei seja cumprida na Justiça. Na terça-feira, fomos ao Tribunal de Justiça do Rio para cobrar que ele cumpra a lei — disse Diney Marins ao jornal Extra.
Também ao jornal Extra, a Secretaria de Administração informou que o repasse à Câmara foi feito de acordo com a legislação. “Mas houve uma adequação nos valores devido à queda na arrecadação municipal”, admitiu, em nota.
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