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Foto do escritorJornal Daki

A Zika vai pegar você: mais de mil casos só em São Gonçalo



Quando a gente acha que a coisa não vai piorar, é aí que piora mesmo. São Gonçalo, em termos proporcionais é, de longe, a cidade com mais casos de zika vírus do estado do Rio. Em padrões de cidades do nordeste do país onde surgiram os primeiros casos da doença agravada pela microcefalia em bebês recém-nascidos.

Para piorar ainda mais o quadro (é possível) os agentes comunitários de saúde, responsáveis na cidade pelo controle de endemias, como os casos de zika e dengue, ensaiam uma greve por falta de pagamento dos salários.

Leia matéria de A Tribuna.

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Texto: Aline Balbino

São Gonçalo registrou de janeiro a dezembro de 2015 1.021 casos de Zika vírus, destes, 64 são gestantes. Os bairros de São Gonçalo com maior incidência da doença são Itaúna, Almerinda, Trindade e Jardim Catarina. A secretaria municipal de Saúde informou que realiza ações com o carro fumacê em locais onde há epidemia comprovada da doença. Além disso, de janeiro a dezembro deste ano, foram notificados 2.420 casos de dengues na cidade. Já em Niterói, apenas dois casos foram registrados, segundo a prefeitura. Nos municípios de Maricá e Itaboraí não há casos da doença, em contrapartida, os registros de Dengue tiveram alta de 44% e 81% respectivamente.

Preocupado com o aumento de Zika na cidade de São Gonçalo, o pediatra Rinaldo Fábio Souza Tavares, alerta apenas para as grávidas. Ele aconselha que elas procurem tratamento urgentemente após apresentarem os primeiros sintomas que são febre e dor de cabeça. Para ele, é possível que haja muito mais casos de Zika do que tem sido divulgado pelos departamentos públicos.

“É possível que haja muitos outros casos porque não temos testes específicos para diagnosticar Zika. Mas, é bom entender que as pessoas estão muito alarmadas com a Zika. Se a pessoa for gestante ou tiver sérios problemas de saúde ela deve procurar um médico com urgência”.

Em Niterói, subiu para dois os casos de Zika vírus. Em 22 de dezembro do ano passado a Secretaria de Saúde tinha apenas um caso notificado, em janeiro, pouco menos de um mês depois, o número subiu para dois. O crescentes casos de dengue também assustam a população. De janeiro de 2015 até o momento foram notificados 488 casos de dengue em Niterói. De novembro até 7 de janeiro foram notificados mais 84 casos. De janeiro a novembro de 2014 foram 384 notificações de dengue, considerando o comparativo, a cidade apresenta alta de 5%.

Pelas ruas e redes sociais é comum ver niteroienses relatando terem sido contaminados pela doença. Muita gente tem um amigo, um primo com a doença. A população acredita que os dados divulgados pelas secretarias de Saúde estão equivocados ou desatualizados. Uma internauta publicou mensagem num conhecido grupo do Facebook afirmando que eu seu prédio uma família inteira ficou doente. O instrutor de autoescola, Nelson Salomé, 56 anos, contraiu Zika vírus na virada do ano. Ele comentou que identificou que estava doente quando começou a sentir muitas dores na cabeça.

“Senti muita dor na cabeça, nas juntas e notei caroços no meu corpo. Não cheguei a me medicar, apenas bebi água e fiz repouso, hoje já estou bem melhor. Tenho certeza que fui picado por mosquitos naquele canal perto do batalhão”, disse.

Como forma de prevenir as doenças causadas pelo mosquito, o município está realizando a campanha Niterói Contra o Aedes aegypti. Mutirões intersetoriais acontecem aos finais de semana em diferentes locais da cidade, prevenindo e combatendo possíveis focos do mosquito Aedes Aegypti. Além disso, os trabalhos de rotina continuam sendo feitos.

Em cidades vizinhas, não há casos registrados de Zika, mas o número de contaminados por dengue também é alto. Em Itaboraí, em 2015, até o dia 24 de novembro, foram registrados 672 casos suspeitos de dengue, sem ocorrência de óbito. No mesmo período de 2014, foram registrados 371 casos, alta de 81,1% nos casos. De acordo com o Departamento Municipal de Vigilância Epidemiológica, o município já conta com um plano de contingência caso ocorra a proliferação do Zika vírus, dengue, febre amarela e chikungunya. Além disso, a cidade tem seguido à risca todas as recomendações da Subsecretária de Vigilância em Saúde do Estado do Rio de Janeiro, responsável por auxiliar os municípios na notificação dessas doenças.

A Secretaria Municipal Adjunta de Saúde de Maricá registrou 97 casos de dengue, durante todo o ano de 2015. Em 2014 foram 67, o que mostra alta de 44,7%. Nenhum óbito por dengue foi registrado e não existem casos de chikungunya no município. A Prefeitura reitera que não é possível confirmar casos de zika vírus na cidade porque somente alguns municípios no estado, selecionados pelo Ministério da Saúde, estão habilitados a coletar amostras de sangue para os exames específicos sobre a doença em um laboratório credenciado no Rio de Janeiro. Para reduzir estes números, são realizadas vistorias domiciliares regularmente em reservatórios e orientações aos moradores para não deixar água parada em pneus e recipientes sem tampas, além de ações de conscientização em escolas do município, praças, bairros e a campanha ‘Dez minutos salvam vidas’. Sintomas - Os sintomas do Zika vírus incluem febre, dor nas articulações e músculos, além de conjuntivite e manchas vermelhas na pele. A doença é transmitida pelo mesmo mosquito da dengue, e os sintomas normalmente surgem 10 dias após a picada.

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