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Foto do escritorJornal Daki

Sem dó, Ampla mata e esfola gonçalense



A Ampla é uma empresa ruim e todo mundo sabia, mas não é só isso: ela é perversa, sádica e assassina. Milhares de gonçalenses deram um pulo para trás quando abriram suas contas com medição de consumo de dezembro/janeiro. Em muitos casos, que não são poucos, a conta simplesmente dobrou de valor com o mesmíssimo kilowatt consumido.

Não deu outra. Ontem, pelo menos 200 pessoas indignadas bateram à porta da empresa exigindo explicações dos funcionários que não passaram das platitudes e do blablablá de sempre: "Não há nada de errado, senhor"; "O consumo no verão aumenta mesmo" e etc.

Ontem à tarde a Ampla soltou uma nota tentando explicar o inexplicável: "Não há qualquer irregularidade no processo de medição e faturamento da companhia. O consumo de energia aumenta durante o verão e quando ultrapassa 300 kwh, o ICMS que incide sobre a conta passa de 18% para 29%", alega.

Uma conta de burro: vamos supor que 300kwh custe R$ 100. Com o ICMS de 18% o consumidor pagará R$ 118. Imaginemos que o consumo passe de 300kwh para 301kwh. A conta então subirá para R$ 103 e passa a incidir o ICMS draconiano com alíquota de 29%. Tudo muito bem multiplicadinho numa regra de três simples, teremos uma conta de R$ 132,87. Confere produção? Então não faz sentido a explicação fajuta da concessionária de energia.

O vereador Alexandre Gomes, que levou um susto com a sua conta, não pensou duas vezes e fez como centenas de gonçalenses, correu até a agência do centro para pedir explicações para o que considera um aumento abusivo e imoral: "Fiz questão de vir aqui pessoalmente para entender o que aconteceu já que o meu consumo foi praticamente o mesmo da medição anterior. Se já não bastasse os péssimos serviços à população, agora esse absurdo", disse Gomes, que ontem mesmo, junto ao vereador Marco Rodrigues (PSD), entrou com representação contra a Ampla no Ministério Público Federal.

Detalhe: há dez dias atrás o vereador Alexandre Gomes também entrou com representação no Ministério Público e na agência reguladora de energia (ANEEL) após a morte trágica de 4 membros de uma mesma família no bairro de Neves depois da queda de um cabo de média tensão em cima do carro das vítimas.

O aumento, segundo o calendário de reajuste tarifário anual da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), está previsto para março com o índice de 15% , porém, o acréscimo no valor da fatura foi antecipado, consumidores já receberam a conta com a novo percentual incidindo sobre a tarifa.

O QUE DEVE SER FEITO NESSES CASOS?

O advogado gonçalense André Francisco Siqueira, também vítima dos aumentos dá algumas dicas aos leitores e consumidores que se sentem lesados pela Ampla:

Cada consumidor que comparecer à Ampla deve requerer, a fim de embasar eventuais pedidos judiciais, o seguinte:

1. Faça a reclamação por escrito, conforme formulário entregue no ato da senha (tire uma foto, pois esse requerimento ficará na Ampla);

2. Solicite, por escrito, a relação de pagamento do último ano, bem como, o relatório de consumo, de modo a confrontar, pelo menos, com as últimas seis contas;

3. Separe as contas que foram pagas, faça uma planilha de consumo dos últimos seis meses, demostrando o mês, o consumo e o pagamento, visando mostrar a evolução progressiva do pagamento;

4. Se possível, contrate um eletricista para fazer a medição da energia que chega da rua ao seu relógio e outra do relógio para os disjuntores de dentro da sua residência (é preciso aferir como a energia está chegando na sua residência de forma adequada e verificar se não existe nada que esteja gerando desperdício de energia). Peça a ele - o eletricista - para emitir um laudo técnico dessa aferição;

5. Faça reclamação junto à ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica;

6. Separe cópia da identidade, CPF e comprovante de residência;

7. Guarde todos os comprovantes de protocolos;

8. De posse desses documentos, procure um advogado e/ou a Defensoria Pública;

9. Sugiro não entrar no Juizado Especial em razão de eventual necessidade de perícia judicial;

10. Veja com seu defensor a possibilidade de requerer a consignação em pagamento até julgamento final da ação, pagando pelo consumo médio do último ano. Em razão da quebra de rotina na vida do consumidor e dos aborrecimentos pela má prestação do serviço, veja, também, com seu defensor, a possibilidade do pedido de danos morais.

PROTESTO

Está marcado para amanhã (27) protesto de moradores contra os aumentos abusivos na conta de luz. O protesto coincide com as manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus em São Gonçalo. A concentração será na Praça Zé Garoto às 17 horas.

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