O cheque em branco do prefeito
A NOITE DE 08 de dezembro ficará na história como uma das mais tristes de São Gonçalo. 21 votos, senhoras e senhores, por 15 moedas, comprometeram talvez de modo irreversível o futuro de nossa cidade. Sob um pretexto falso e maroto do prefeito Neilton Mulim de proteger os servidores da crise econômica, a maioria dos vereadores resolveu dar um cheque em branco a um gestor comprovadamente incompetente e agora, mais do que nunca, irresponsável.
Atropelando parecer da Comissão de Constituição e Justiça, que apontou irregularidades na Mensagem do Executivo que propunha alienação do patrimônio público municipal, os colegas parlamentares aceitaram em tirar da Câmara a responsabilidade e a palavara final sobre os bens móveis e imóveis que ainda dispomos e que não são muitos. Em outras palavras, é como se no meio do casamento um dos cônjuges abrisse mão do seu direito de decidir o que fazer com o patrimônio acumulado pelo casal durante toda uma vida.
Infelizmente, a Casa Legislativa premiou um prefeito que gere mal as contas públicas, que endividou o município a níveis jamais vistos, porque incapaz de cortar na própria carne, diminuindo o número de cargos políticos na administração exigido pelo Ministério Público e pela Justiça. O percentual tolerado de cargos comissionados (políticos) na administração é de 20% do total do funcionalismo. Aqui em São Gonçalo esses números chegam a incríveis 63% que consomem R$ 300 milhões da folha. Ou seja, se chegássemos aos 20% tolerados, economizaríamos quase R$ 200 milhões por ano sem prejudicar a prestação de serviços à população.
Não se espante leitor, se amanhã ouvir a notícia que o prefeito penhorou a Praça Zé Garoto a um banco.
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