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Foto do escritorJornal Daki

Mentira, ódio e o jornalismo brasileiro



Mentir, mentir e mentir. Isso hoje no Brasil tem sido a tônica dos debates que envolvem política. O ato de mentir para afetar um adversário, tão comum nas disputas interpartidárias ou para angariar votos, tomou de assalto aquilo que deveria justamente jogar luz nas sombras: o jornalismo.

A sensação é sufocante. As grandes corporações de comunicação deste país perderam o pudor. Antes, havia um certo cuidado com a forma e o conteúdo de uma notícia ou de uma denúncia, zelo em manipular mantendo o rabo bem escondido pra não dar na pinta a manipulação.

Agora não. As empresas jornalísticas de maior expressão, conhecedoras do seu alcance na sociedade, há muito tempo deixaram de informar para se agarrarem à doutrinação do ódio tendo como principal matéria-prima a mentira. Mentira que se alastra nas redes sociais e nas ruas por gente desavisada, de má fé ou por quem possui um gravíssimo déficit cognitivo.

O ódio é a negação da política e porta escancarada para o arbítrio e o autoritarismo. A irracionalidade que alimenta o ódio em grande escala no país vem justamente dessas empresas de comunicação que diuturnamente trabalham para curvar o Brasil e os brasileiros aos seus interesses seriamente ameaçados devido à revolução digital e a perda do controle total que tinham sobre o governo federal.

O ato de mentir e manipular se utilizando das técnicas jornalísticas se equivale a construção consciente de uma ponte que irá ruir usando-se das técnicas da engenharia. Mas no primeiro caso a ruína é do esforço de se buscar a verdade e a justiça, é a ruína de uma nação inteira para atender aos caprichos de uma minoria mesquinha, privilegiada, encastelada e protegida.

Ninguém mais tem vergonha de mentir para atingir seus objetivos. Mente-se como se não houvesse amanhã. E a grande mídia inspira e terceiriza a mentira. A página do faceebok do Revoltados On Line, que possui considerável séquito de seguidores, não se constrange em publicar fotos falsas para justificar a barbárie contra professores no Paraná, entre tantos outros absurdos. Mesmo descoberta a farsa não se fazem de rogados: excluem a foto antiga e põem uma nova foto falsa com a mesma mentira.

E assim o veneno se espalha entre os incautos alimentando ainda mais a estupidez.

E já que falamos em terceirização: a grande mídia faz escola até entre os nossos. Vejamos um exemplo. Num programa de rádio gonçalense estava se discutindo o projeto de lei que libera geral a terceirização dos trabalhadores brasileiros. Um dos jornalistas debatedores, aos berros, fingindo indignação e no afã de atacar o governo federal, cravou que a iniciativa partiu da presidente Dilma, quando até o mundo mineral sabe que o autor do projeto, que já tem 11 anos, é o ex-deputado Sandro Mabel, de Goiás.

Indagado sobre a afirmação pelo apresentador, o jornalista debatedor ratificou, reafirmou o que disse e candidamente mudou de assunto.

Ésquilo, o filósofo, disse que a primeira vítima de uma guerra é a verdade. Nós estamos em guerra? Se estamos, quem guerreia contra quem? Ou melhor caberia aqui a frase do grande jornalista norteamericano Joseph Pulitzer: Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.

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