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1º de maio: o trabalho dignifica o ser humano

Por Rofa Araújo

Cena do filme Tempos Modernos (1939)
Cena do filme Tempos Modernos (1939)

A tão conhecida frase “o trabalho dignifica o homem” é atribuída à Bíblia, porém, não é exatamente assim que está escrito nas Escrituras Sagradas. Mas, existe um princípio bíblico importante: o trabalho estimula o homem a crescer e desenvolver-se na sua identidade. Através dele nos relacionamos com Deus e com o mundo, demonstrando dignidade (valor humano) pela semelhança que expressamos Dele na criação, criatividade, inventividade, capacidade, força, autoridade, habilidade, conhecimento, competência, responsabilidade, compromisso e cuidado.


O trabalho agrega valor e propósito à vida das pessoas. Através dele, somos desafiados a desenvolver maneiras de agir, conhecer, construir, superar, encontrar soluções, cuidar e melhorar o meio onde vivemos.


A Bíblia vemos que o trabalho é algo bom, feito por Deus e dado ao homem. Em Eclesiastes 3.22, diz: “Por isso concluí que não há nada melhor para o homem do que desfrutar do seu trabalho, porque esta é a sua recompensa. Pois, quem poderá fazê-lo ver o que acontecerá depois de morto?”


No dia 1º de maio é comemorado em diversas pares do mundo o Dia do Trabalho ou do Trabalhador. E quando e por que essa data foi criada? Segundo o site Terra, tudo começou em 1886, quando trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, fizeram uma manifestação nas ruas da cidade querendo reivindicar a redução da carga horária de trabalho, de 13h para 8h diárias. Neste mesmo dia, os trabalhadores americanos fizeram uma greve geral no país. Estes protestos ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket. Nos dias 3 e 4 de maio, manifestantes e policiais entraram em conflitos, o que resultou na morte de alguns envolvidos e em dezenas de pessoas feridas.


Assim, devido a tragédia de uma manifestação a favor dos direitos dos trabalhadores ficou estabelecida a comemoração todo ano em 1º de maio. No Brasil, a data foi consolidada em 1925, após um decreto do então presidente Artur Bernardes. “A data era lembrada pelos anarco-sindicalistas e, posteriormente, pelos comunistas, grupos que conduziram o movimento operário no país. Contudo, o poder público também se apropriou da data como forma de ganhar a simpatia dos trabalhadores”, conta Márcio dos Anjos. Mas, depois, nos tempos de Getúlio Vargas, o que era um dia de protestos, virou desfiles e celebrações, devido a criação de leis trabalhistas até então inexistentes.


E, em tempos atuais, especialmente no Brasil, com tanto desemprego nos últimos anos e mudanças para diminuir direitos trabalhistas e previdenciários e sempre favorecer empresários e patrões, o desafio é ainda maior para que a data do Dia do Trabalho seja lembrada como pertencente a quem faz a economia girar, as fábricas produzirem e as fazendas plantares e colherem as gigantescas safras brasileiras até mesmo exportadas mundo afora.


É preciso respeitar o trabalhador, seja em que profissão for. Não existe melhor ou pior, maior ou menor, todas são dignas e necessárias para o funcionamento de todo mundo.

Viva o trabalhador e que tenha sempre emprego e seus direitos devidamente respeitados! 


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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo.




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